Educação a Distância

Estudiosos têm contribuído no desenvolvimento do processo educacional. As abordagens teóricas de Piaget, Vygotisky, Roger, Wallon, entre outros auxiliam educadores a identificar as facetas da educação e explorar o que cada uma tem de melhor para a realidade da sua escola.
A educação sofreu diversas alterações e hoje se divide em duas categorias/megatendências. A primeira promove a educação de massa, com currículos, metodologias, formas e avaliações padronizadas. Além disso, o docente é o detentor do conhecimento e o discente, de forma passiva, recebe o conteúdo. Sendo assim, sua participação no processo é nula.
Além disso, a atenção da escola na primeira categoria/megatendência esta voltada para os alunos com rendimento médio, os alunos considerados fracos ou mais fortes são um problema para essa escola, pois suas características fogem do padrão. O aluno precisa ser bom em todas as disciplinas igualmente. A individualidade nesse caso é esquecida.
Os que acreditam na viabilidade, dessa categoria/megatendência, defendem o ato de aprender como a absorção e assimilação de conteúdos, sejam informacionais, valorativos ou atitudinais. Então, pode-se afirmar que o papel do docente é de ensinante, ele detem o conhecimento e deverá transmiti-lo para o discente. Sendo assim, o foco da educação esta no docente e não no discente. Logo, a busca para uma educação melhor estaria baseada na formação do detentor do conhecimento, o docente.
Essa categoria/megatendência vem sendo utilizada há anos, com tentativas de melhoras, com utilização de estudos e pesquisas, os educadores tem experimentado, analisado e discutido sobre o assunto, no entanto, ainda não se chegou a um denominador comum.
Diferente da primeira, a segunda categoria/megatendência tem uma visão da educação como um processo de aprendizagem. Nesse caso o aprendizado se faz com troca, entre discente e docente, de conhecimento. O discente é considerado como um indivíduo, único e suas diferenças são respeitadas.
Existe um ponto importante é que nessa categoria/megatendência aprender é considerado prazeroso, tendo em vista que as atividades são elaboradas de forma a incentivar os discentes a interagir com o processo, nesse caso o discente não é um sujeito passivo, sua participação é essencial no desenvolvimento do processo de aprendizagem.
A segunda categoria/megatendência é vista por seus defensores como ideal, no entanto, ainda não podemos constatar os benefícios e efeitos dessa metodologia no processo educacional, tendo em vista que a sua implantação em larga escala ainda não ocorreu. Vale ressaltar que antes que isso ocorra é necessário um preparo da sociedade para receber esse novo paradigma e especialmente preparo dos docentes para ministrar suas aulas utilizando-se dos recursos dessa nova metodologia.
Na educação a distância é possível observar o reflexo das duas categorias/megatendências em dois modelos: ensino a distância e aprendizagem colaborativa. O primeiro foca apenas em transmitir conteúdos estáveis, ou seja, conteúdos que não geram controvérsias ou mesmo discussões. O material é elaborado e postado pelo docente, o discente faz a leitura sem necessidade de interação com o docente.
Já na aprendizagem colaborativa em ambientes virtuais os interesses estão voltados para o discente, a sua individualidade é levada em conta. O docente desenvolve um trabalho de intermediador do processo, utilizando-se de fóruns, chats, mensagens instantâneas entre outros. Vale ressaltar, a importância da formação docente, tendo em vista ser um segmento novo e o docente precisa estar preparado para exercer seu papel de mediador nesse processo, o que implica incentivar a participação do discente e acompanhamento de suas atividades.
Ainda não se pode afirmar qual categoria/megatendência funcionaria melhor na educação, tendo em vista as abordagens sobre o processo educacional, observa-se a grande possibilidade de enriquecimento da educação com o uso do que cada uma tem de melhor. Desta forma, é possível criar um modelo que utilize a estrutura organizada da primeira categoria/megatendência e a visão da educação centrada no aluno da segunda.
Nessa perspectiva, o processo educacional funcionaria da seguinte forma: a estrutura de organização como: idade para ingressar na escola, séries e conteúdos permaneceriam os mesmos. Isso ocorreria, levando em consideração que essa organização oferece uma visão da progressão da educação, além disso, a mudança não seria tão brusca e a sociedade aceitaria com mais facilidade.
A diferença se daria na forma como seriam ministradas as aulas. A inserção de projetos interdisciplinares daria movimento a escola e a possibilidade do discente desenvolver sobre os mais diversos assuntos são muito grande, mesmo aqueles temas que não lhe instigam tanto.
Com relação as avaliações a prova objetiva precisa ser abolida, decorar conteúdo não faz parte desse novo conceito. O discente poderá ser avaliado conforme seu desempenho e participação no desenvolvimento do projeto.
Seja qual for a categoria/megatendência utilizada, vale a pena ressaltar que a formação docente é muito importante, pois docentes preparados conseguem discernir o que os estudos tem de melhor a oferecer e assim escolher o que se adapta melhor a sua realidade.

Texto baseado na leitura do artigo:
CHAVES, Eduardo. Tendências Pedagógicas e a Educação a Distância. Artigo para SENAC. Rio de Janeiro 2009.